terça-feira, 2 de novembro de 2010

Passaram as eleições*

Passaram as eleições. Pronto, os candidatos já podem fazer fisioterapia para as mãos após dias de câimbras por conta de tantos cumprimentos. Também podem descansar as retinas castigadas pelos flashes de câmeras e acima de tudo limpar os belos paletós e conjuntos finérrimos alagados pelo choro de eleitores que precisariam deixar de fazer tudo (menos respirar pois é de graça) para usarem trajes tão pomposos.

Ok, as campanhas foram todas legais utilizando apenas recursos contabilizados (sem risos por favor), e ninguém prometeu o que jamais poderia cumprir. Os dossiês também foram invenções da imprensa, essa classe desumana que joga apenas contra os companheiros brasileiros, exceto, é claro, quando está a favor de quem senta naquela cadeira macia.

Posto o mundo de rosas que foram as eleições (sem risos de novo, por favor) vamos a uma preocupação concreta... o que fazer com as máquinas? Sim, as máquinas que foram exaustivamente usadas em prol de uma meia dúzia que em algum momento nesse processo todo se esqueceu que eles deveriam servir o Brasil e não o contrário.

Nem vou fazer a conta de quantas máquinas são porque sinceramente fico cansado só de pensar. Prefeituras, estados, e o governo maior, muita coisa. O equipamento foi utilizado em tão larga escala que acredito que ele esteja meio gasto já. Valeu tudo, entregar obra que não estava pronta, dar um adiantamento ao 13º dos aposentados (sim os netos deles votam) e ao funcionalismo público e até mesmo brincar de mágica especialmente de ilusionismo. Gasto virou superávit primário, o petróleo jorrou e todos conseguiram gastar mais, arrecadar menos e cumprir a lei de responsabilidade fiscal.

Mas sem querer ser chato, lembro que a máquina é vingativa. Ela cobra com juros os abusos praticados e os companheiros que se sentarem na cadeira macia no dia 1º de janeiro, vão sentir o peso de sua ira e literalmente terão que rebolar para que suas máquinas públicas não quebrem agora, estejam aptas para cumprir pelo o menos uma ou outra promessa e acima de tudo que fiquem em perfeitas condições para serem utilizadas em 2012.

*Vinícius Freitas, é jornalista e cursado em Ciência Política.

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