domingo, 31 de outubro de 2010

Discos de vinil: Uma viagem no tempo

Há pelo menos 15 anos, os colecionadores de discos de vinil de São Paulo tem um precioso reduto. O local em questão atende pelo nome de Discomania, localizada na Rua Augusta, região central da cidade.

Com aproximadamente 1 milhão de vinis no seu acervo, todos separados por ordem alfabética e gênero, o estabelecimento resgata a inspiração em lojas típicas americanas mais conhecidas como “oldies”, que geralmente possuem objetos usados, raros e valiosos.

Enfeitada por pôsteres de bandas clássicas de rock, stand ups (fotografias em tamanho natural) de Elvis Presley, Marilyn Monroe e Michael Jackson, a Discomania disponibiliza aos visitantes uma variedade de objetos antigos, como três jukie-boxes, vitrolas antigas e televisores clássicos, espalhados pela loja. Dentre as curiosidades, está o microfone usado por Roberto Carlos na época da Jovem Guarda, as sapatilhas Elis Regina usadas no show “Falso Brilhante” e até tamancos usados por Carmem Miranda.

O número de raridades impressiona, e uma delas é o LP dos Beatles, “Yesterday and Today”, avaliado em R$ 4 mil. A Discomania é o único lugar do Brasil que possui esse disco. O vinil teve a venda proibida nos EUA por causa de sua capa, permanecendo apenas uma semana nas lojas americanas. Outra preciosidade é o disco mais raro de Elvis Presley: “Frankie and Johnny”.

No campo nacional, é possível encontrar um disco de Hebe Camargo, o primeiro LP de Roberto Carlos “Louco por Você”, gravado em 1958, avaliado em R$ 2 mil, além de itens raríssimos como discos de Dorival Caymmi e Clara Nunes, lançados apenas nos Estados Unidos e Japão.

Marcelo Di Giácommo, proprietário da Discomania, afirma que foi preciso uma reestruturação na variedade de materiais disponíveis à venda, estendendo assim o acervo para a comercialização de CD’s, fitas VHS e DVD's. A loja possui mais de 100 mil títulos, com preços á partir de R$ 2. Os DVD’s custam à partir de R$ 20, e os VHS são vendidos por R$ 10. Todos em ótimo estado de conservação, diga-se de passagem.

Marcelo decidiu abrir uma loja desse gênero ainda nos tempos de faculdade. Aos 42 anos e formado em Administração, a dica dada por ele para quem quiser entrar nesse ramo, é preciso ter cerca de 15 mil discos de vinil para comercialização. Com três lojas espalhadas pelo centro da cidade, Di Giácommo possui aproximadamente 2 milhões de LP’s e 500 mil CD’s. Marcelo também coleciona carros, brinquedos e aparelhos eletrônicos antigos.

Dentre os famosos que freqüentam a loja estão: Jô Soares, Ed Motta, Charles Gavin,ex-Titãs, Sabrina Parlatore, Derico, entre outros. Para quem aprecia coisas antigas, passar um dia na Discomania é como fazer uma preciosa viagem no tempo.

sábado, 23 de outubro de 2010

No iPod: Paul McCartney - Run Devil Run (1999)

Aproveitando toda a expectativa em torno da apresentação do eterno Beatle Paul McCartney, indico aqui um álbum muito bom do baixista, voltando às raízes, no mais puro rock 'n' roll. "Run Devil Run" é um disco de covers onde McCartney faz versões das músicas que ganharam vozes nos cantores que foram sua grande influência. Acompanhado de ninguém menos que David Gilmour (Pink Floyd), e Ian Paice (Deep Purple), as canções são totalmente cruas, no maior espírito baixo, bateria e guitarra.

Lembrei deste álbum pois foi o que mais ouvi esta semana, e dentre minhas faixas preferidas, está a trinca que abre o disco, "Blue Jean Bop", que tem o maior clima anos 50. Toda vez que ouço essa canção, imagino um cara tocando aqueles contra-baixos gigantes, tamanha é a semelhança com a época, parece que Paul a gravou há 50 anos atrás. Em seguida, vem a não menos perfeita e mais agitada, "She Said Yeah", em que o piano é o grande destaque junto com as guitarras de Gilmour. Fechando o começo do álbum, não poderia faltar Elvis Presley. 'Elvis McCartney', como sugere um desenho do baixista no encarte, canta maravilhosamente "All Shook Up", também perfeitamente interpretada pelo "Rei" em 1957.

Todas as músicas desse disco são fenomenais, o único momento que 'esfria' o clima é a música "Movie Magg", da qual não sou muito fã, mas é uma música legal também. "Run Devil Run" mostra um Paul totalmente livre e roqueiro, fazendo o que gosta da melhor maneira possível.

É uma pena que ele não execute essas covers ao vivo, pois elas seriam garantia de agito total na plateia. Vale lembrar também, que na época de lançamento deste disco, Paul McCartney fez um show único no Cavern Club, tocando o álbum na íntegra, com apenas uma música dos Beatles, "I Saw Her Standing There". Essa apresentação foi registrada em DVD.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

UTILIDADE PÚBLICA: PAUL McCARTNEY - UP AND COMING TOUR

Se você, caro internauta, está como eu, desesperado para conseguir o ingresso para a apresentação extra de Paul McCartney, no próximo dia 22 de novembro, fique atento às linhas que são escritas por este também desesperado fã. A pré-venda para o segundo show do eterno Beatle, começa hoje à 00h00 em ponto, EXCLUSIVO PARA CLIENTES COM CARTÃO BRADESCO OU PELO TELEFONE 4003-3222. O site é o www.ingresso.com.

A venda para o público em geral, só estará disponível nesta quinta-feira (21), a partir das 08 horas da manhã, por telefone e nas bilheterias do Pacaembu. Se vocês estão que nem eu, desesperado para conseguir comprar o ingresso, a última chance é quarta e quinta-feira, depois disso, sabe-se lá Deus quando o canhotinho voltará para terras tupiniquins. Pensamento positivo e boa sorte para todos nós. Os preços são os mesmos do primeiro show.

Pista prime: R$ 700
Pista: R$ 300
Cadeira inferior: R$ 600
Cadeira coberta vermelha: R$ 450
Cadeira coberta laranja: R$ 400
Cadeira premium laranja: R$ 450
Cadeira premium azul: R$ 450
Cadeira coberta azul: R$ 450
Arquibancada especial vermelha: R$ 180
Arquibancada vermelha: R$ 160
Arquibancada laranja: R$ 140
Arquibancada azul: R$ 160

domingo, 17 de outubro de 2010

Façam o que eu digo, não o que eu faço

Na verdade, o título deste post deveria ser: Na cabeceira, mais o título de um livro que eu esteja lendo ou que já tivesse lido, para poder comentar e recomendá-lo ao caro internauta que lê estas linhas. Mas o que acontece é totalmente o contrário: tenho uma pilha de volumes de livros, uns que parei de ler em alguma página, e a grande maioria que nem sequer tive coragem de abrir. Para um jornalista, é quase que uma obrigação ler livros (um por mês diga-se de passagem), mas no meu caso, eu só os tenho, mas não li uma linha sequer.

Entre os títulos na fila de espera estão: "A Origem das Espécies", de Darwin, "A Interpretação dos Sonhos", de Freud, "Apologia de Sócrates, O Banquete e Fedro", e "A República", todos de Platão. Esses primeiros adquiri na coleção da Folha, e vou comprar outros títulos, pois vão sair mais coisas interessantes. Continuando a 'lista', aguardando minha boa vontade estão "Divina Comédia", de Dante, um livro sobre o Islã, que ganhei na Bienal e parei em algum capítulo do "The Beatles, a Biografia".

Todo mundo acho que vai perguntar o porquê de eu não ter lido tudo isso. Bom, nem eu sei, só sei que o tempo que tenho livre eu fico moscando na preguiça, pensando e querendo fazer coisas que não deveria, tentando exorcizar os demônios, e os livros ficam por aqui jogados só fazendo volume.

Tudo isso que escrevi até agora, foi pra dizer que o 'Brog' vai ter uma seção em que livros serão comentados (só Deus sabe quando vai ter o primeiro título por aqui) e também vai ter a seção 'No iPod', em que eu vou falar sobre um álbum que ouvi no meu aparelho. Esse provavelmente vai ser mais fácil, pois vou e volto do trampo ouvindo música, então não será problema falar sobre algum cantor ou banda que eu goste e recomende. Sobre os livros de cabeceira, o que vocês tiverem pendentes para ler, leiam, é bom, desocupa a mente de pensamentos e coisas que você têm e que te incomondam, pois, como diz o título do post: Façam o que eu digo, não o que eu faço.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O tempo*

Seria ingenuidade querer falar a respeito do tempo. Em algumas linhas, posto que teses de doutorado são dispensadas para o tema. Mas acredito ser interessante abrirmos campos de raciocínio sobre o assunto.

O filósofo alemão, Norbert Elias, tem um livro muito interessante chamado “Sobre o Tempo”. É uma obra muito abrangente, mas que se pudesse ser resumida em uma frase, provavelmente seria “o passado não tem entrada e o futuro não tem saída, o tempo real é o presente”. Apenas tal oração já despenderia folhas e folhas de reflexão, mas vamos de maneira sucinta abordá-la.

É fato ser impossível voltarmos ao passado ou vivenciarmos o futuro. Ambos os tempos são construções. Porém, as pessoas parecem viver atreladas ao inexistente, amarradas a experiências vividas, a dores sofridas ou mesmo a lembranças que jamais voltarão a acontecer.

Muitos atribuem o saudosismo à terceira idade, algo que não é correto. Sim, as pessoas mais idosas têm mais aflorado aquilo que Henry Bérgson chama de “inteligência decrépta”, que nada mais é do que a consciência de que é um ser que irá morrer, ou seja, finito. Mas ao mesmo tempo jovens também levam a vida sempre com um pé no passado e muitas vezes com o outro no futuro, deixando assim de viver o presente, aquele tempo que é o mais belo e o melhor, afinal é o único que se pode mudar.

De certa forma, a psicologia nos mostra que os traumas adquiridos especialmente na infância são guardados no inconsciente, o que possivelmente colabora para que o passado seja definitivamente arquivado.

Com relação ao futuro, ele gera iguais angústias, mas é impossível se precisar como o ser humano estará daqui a um segundo que dirá anos à frente. Cada pessoa é capaz de criar monstros em sua mente e viver um verdadeiro inferno por situações que ainda não aconteceram. Para comprovar isso basta prestar atenção em uma pessoa que acredita estar na iminência de perder o emprego.

É complicado interpretar a frase de Norbert Elias, mas certamente ela passa por uma sugestão ou quase um conselho de que o homem deve sempre estar com os dois pés fincados no presente para apenas assim conseguir corrigir possíveis erros passados e construir um futuro verdadeiramente sadio ao invés de viver em tempos inexistentes.

*Vinícius Freitas, é jornalista e colaborador do blog.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ah, também teve futebol no fim de semana!!!

Para os mais desatentos e desavisados, a gente lembra que o fim de semana não foi só de eleições não viu?!?! Não teve jogo no domingo, mas a rodada do Brasileiro correu normalmente neste sábado, até porque seria de muita burrice ter jogo em pleno domingo de eleição.

A 27ª rodada começou na noite de sexta e terminou ontem, e pra quem esperava alguma supresa, nada demais aconteceu. Os três principais times que brigam pelo título, Fluminense, Corinthians e Cruzeiro empataram seus jogos. O único que poderia ser beneficiado se ganhasse, era o time de Minas, caso vencesse o Atlético-PR, assumiria a segunda colocação, já que o Corinthians conseguiu um empate diante do Ceará em casa. Mas em todo caso, tudo fica como está, a diferença entre os três permanece a mesma. Outro que briga pelo título, o Internacional goleou o Guarani, e já já pode começar a incomodar o pelotão de frente, já que os gaúchos tem um jogo a realizar.

No meio da tabela, nada de novo no front, os mesmos continuam sua saga, o maior destaque é a vitória do Grêmio diante do Vitória, em Salvador, os demais jogos terminaram todos empatados. Na parte de baixo também nenhuma novidade, os dois únicos destaques ficam por conta do empate do lanterna, Grêmio Prudente, diante do Flu, e da vitória heroica do Atlético-MG no último minuto contra o xará Atlético-GO, diga-se de passagem, a primeira vitória dos mineiros sob o comando de Dorival Júnior.

É, nenhuma novidade nessa rodada, o que importa é que o campeonato está chegando na sua reta final e já dá pra perceber quem vai realmente brigar pelo título, quem vai abocanhar uma vaga na Sul-Americana e quem vai se matar pra não ser despachado para a Série B em 2011, mas até lá muita coisa vai acontecer. Aguarde as cenas das próximas rodadas.

Vasco 3 x 2 Goiás - São Januário
Corinthians 2 x 2 Ceará - Pacaembu
Santos 1 x 1 Palmeiras - Vila Belmiro
Grêmio-PP 1 x 1 Fluminense - Prudentão
Vitória 0 x 3 Grêmio - Barradão
Botafogo 1 x 1 Flamengo - Engenhão
Cruzeiro 0 x 0 Atlético-PR - A. do Jacaré
Internacional 3 x 0 Guarani - Beira-Rio
Atlético-GO 2 x 3 Atlético-MG - Serra Dourada
Avaí 0 x 0 São Paulo - Ressacada

Almoço x aposentados*

Tem deputado que anda gastando uma verba boa com comida. Literalmente enchendo o bandulho com a nossa grana, uma vez que vossa excelência posteriormente é ressarcida com o dinheiro da Câmara, que é público, e que provém do nosso suado trabalho retido em forma de impostos etc.

Ao mesmo tempo, os pobres aposentados sofrem com reajustes irrisórios. Para quem não conhece a dinâmica previdenciária, a pessoa se aposenta com 'x' salários mínimos, mas quando o governo aumenta o salário mínimo, não aumenta junto à aposentadoria. Essa depende de nova negociação.

Confrontando-os literalmente, paupérrimos trabalhadores que já penduraram as chuteiras com os nobres deputados que chegam a gastar milhares de reais em um almoço, tenho uma sugestão para reduzir essa injustiça: introduzir o gatilho aposentadoria que seria indexado com vale coxinha de vossas excelências.

A dinâmica seria simples: cada vez que o gasto com comida dos deputados aumentassem os aposentados mereceriam igual reajuste. Seria engraçado, imaginem a cena: o pessoal da oposição para fazer uma média com a sociedade almoçaria apenas em restaurantes finos, pediria o prato mais caro, sobremesa e até uma quentinha para o caso de bater a fome durante o árduo trabalho na câmara.

Já os governistas para baixar o salário dos pobres aposentados (afinal o déficit previdenciário no Brasil é alto e blábláblá), levariam de casa um pão com mortadela ou no máximo comeriam uma coxinha acompanhada por uma Tubaína sem gelo.

Seria legal, no Jornal Nacional apareceria diariamente o cardápio dos nobres deputados. Imaginem a Fátima Bernardes dizendo “o deputado federal fulano de tal do partido 'X' comeu hoje caviar e bebeu vinho do Porto... enquanto que ciclano preferiu um hot dog prensado”. Seria legal...

Em todo o caso é melhor arquivarmos essa idéia porque o que teria de homens engravatados comendo e saindo correndo sem pagar a conta seria uma grandeza. Nenhum restaurante de Brasília se manteria aberto...

*Vinícius Freitas, é jornalista, estreia como colaborador deste 'Brog', e parceiro de longa data.

sábado, 2 de outubro de 2010

Dia "D"

Finalmente chegou o grande dia. Neste domingo, 3 de outubro, mais de 130 milhões de eleitores vão decidir quem irá comandar os estados e ditar os rumos do país pelos próximos quatro anos. Como dizem por aí, "o espetáculo da democracia" mais uma vez dará às cartas. Nem precisa ser vidente para saber que somente dois candidatos disputam o cargo mais cobiçado do Brasil (depois de técnico da Seleção, diga-se de passagem).

De um lado, a candidata do governo, que promete continuar tudo que foi feito nestes oito anos (Será que a corrupção e os escândalos também terão continuidade?). Do outro lado, aparece o candidato da oposição, que tenta se eleger pela segunda vez, prometendo varrer a corrupção fazer mais e melhorar o que está funcionando. Correndo por fora, tem a candidata que têm pouca chance de chegar ao menos no segundo turno, mas que pode ser decisiva se o mesmo acontecer.

Tenho formada minha posição política e dela não abro mão, quem me conhece sabe muito bem em quem vou votar, e não há santo que me faça mudar de ideia e nem santo que me influencie a mudar, pois é nessa coligação e experiência do meu candidato em que acredito.

Portanto, espero que os eleitores deste país pensem pelo menos um pouco como eu. Tenham convicção dos seus candidatos e que não mudem seu voto por nada se você acredita nos postulantes aos cargos disponíveis neste pleito. Já demos vozes para as propostas de todos, agora é a nossa vez de darmos voz ao que acreditamos e confiamos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Black Sabbath lança caixa com álbuns da fase Ozzy

O Black Sabbath está de volta. Não, os membros originais da lendária banda não anunciaram sua volta aos palcos. Trata-se do anúncio do lançamento da caixa especial com todos os álbuns lançados com o "madman" Ozzy Osbourne. Os clássicos do metal estarão todos reunidos no pacote "The Ozzy Years - Complete Albuns Box Set", que tem data para chegar às lojas americanas: 22 de novembro.

A caixa terá formato em cruz e junto com os oito discos gravados com Ozzy nos vocais, virá uma compilação com mais de 100 páginas chamado "We Sold Our Soul for Rock 'n' Roll", que traz as informações sobre todos os álbuns da chamada "era Ozzy", para muitos a melhor da banda (embora, particularmente, eu não concorde totalmente com essa afirmação). Além dos discos, o lançamento contará também com três documentários em áudio, um pôster e um conjunto de palhetas.

Mas como toda notícia tem um lado bom e um ruim, para nós fãs brazucas, sobrou a pior parte: A caixa não tem data de chegada em terras tupiniquins.

Os oito discos presentes na caixa são esses:

Black Sabbath (1970)
Paranoid (1970)
Master Of Reality (1971)
Black Sabbath Vol. 4 (1972)
Sabbath Bloody Sabbath (1973)
Sabotage (1975)
Techical Ecstasy (1976)
Never Say Die (1978)
We Sold Our Soul for Rock 'n' Roll (1975)